Fazendo Compras em Viagens
Caio Tristão
Caio Tristão
Atualizado em 23/07/15

Todo mundo quando viaja parece que fica mais rico. Longe de casa, qualquer vitrine chama atenção e até aquele negocinho sem graça fica tentador, não é mesmo? Não tem como. A dobradinha viagem + compras parece ser um casamento incapaz de separação. É verdade que fazer compras no exterior é uma excelente maneira de economizar, mas é fundamental ter alguns cuidados para que o barato não saia caro. Prepare o bolso (e espaço na mala!) para se dar bem gastando seu dinheiro por aí com moderação.

Defina seu orçamento. Planeje seus custos.

Não tem como começar com outra dica. Claro que dá para economizar viajando. Para isso é preciso que você tenha disciplina na hora de organizar sua viagem. Faça contas, separe seu orçamento e planeje seus custos. Saia de casa sabendo quanto você vai gastar com hospedagem, com passeios e uma diária aproximada para alimentação e bebidas. Faça do dinheirinho para as compras um cofre à parte. Separe um percentual para aquele inesperado e irresistível produto. Controle-se e não faça dívidas – tudo que você passar no cartão de crédito virá na fatura do mês que vem!

E qual a melhor forma de pagamento: dinheiro, cartão de crédito, débito, pré-pago, traveler cheque?

Desde que a tarifação do IOF de 6,38% foi equalizada para todas as alternativas de pagamento no exterior (exceto para a compra de papel-moeda no Brasil, com percentual de 0,38%), não dá para dizer qual é maneira ideal de gastar sua grana. O macete é saber jogar com as opções e fazer um combo com tudo que o mercado oferece. Dê uma olhada com calma na página sobre o assunto.

Já entendi… Agora quero COMPRAAAAAR!

Eu brinco dizendo que minha esposa tem talento para compras. É sério. Viajando, se ela entrar numa farmácia, sem estar doente, sai de lá com umas duas compras interessantes. Se você é deste time, fique ligado.

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Compras online antes de embarcar

Pouca gente usa este artifício, que funciona muito bem. Muitas lojas de varejo online aceitam cartões de crédito internacional na compra de produtos com frete para o próprio país. Assim: você pode achar uma pechincha no eBay, ou na Amazon, por exemplo, fazer a compra online do Brasil usando seu cartão internacional e colocar o endereço do hotel para a entrega. No exterior, o prazo de entrega estipulado costuma ser muito preciso e dificilmente os itens não chegam na data programada. Já fiz isso nos EUA, Europa e até no México sem nenhum problema.

Entre em contato com o seu hotel antes combinando tudo e confirmando se ele permite o recebimento de mercadorias. Pouquíssimos vão negar o serviço, mas alguns vão te cobrar uma “taxa de recebimento” de aproximadamente 10 dólares. Ao chegar, durante o check-in, retire suas caixas e ganhe tempo extra para desfrutar da cidade.

Duty Free na ida

Para muitos viajantes a tentação já começa logo no Brasil. Nas Free Shops das salas de embarque não há limites de quanto você pode gastar – por isso, você encontra produtos que custam mais de 500 dólares. Aqui, porém, tudo que for comprado já é considerado compra no exterior e você pode ter que pagar imposto sobre o que adquiriu assim que voltar. Pule esta etapa e aproveite apenas para fazer pesquisa de preços.

Gastando dinheiro na gringa

Controle-se! Já falei isso?  O difícil não é gastar dinheiro no exterior, mas sim saber como trazer tudo que comprou e manter-se dentro da lei.

Brasileiros têm uma cota de compras no exterior de até US$ 500 (ou US$ 300 via terrestre). Todo produto eletrônico é contabilizado nesses US$ 500. Artigos pessoais como roupas, joias, cosméticos e enxovais de bebê só estarão fora da cota se estiverem caracterizados como pessoais. O truque é: comprou, tem que usar! Tire embalagens e etiquetas de tudo e evite peças repetidas que possam caracterizar revenda. Também não vai dar para convencer um fiscal portando um par de tênis bem maior do que o seu número ou quatro calças masculinas na mala de uma mulher. Traga roupa e acessórios comprados para VOCÊ como se fossem para VOCÊ. Não dê espaço para especulações. A regra aqui não é clara, Arnaldo.

Câmera fotográfica, relógio e celular entram na conta?

Então, é bem complicado entender o que está na lei. Em princípio, câmera, celular e relógio estão isentos desde que seja apenas um de cada por pessoa. E mais, eles precisam estar usados, ou seja, fora da caixa e sem etiquetas. Não há nada definido sobre os tablets e vai depender da boa vontade do fiscal da alfândega. Também não está claro sobre o modelo da máquina fotográfica (se é amadora, semi-profissional ou profissional).

Notebooks, filmadoras, lentes, cartões de memória, iPods e demais eletrônicos entram sim na cota de 500 dólares.

Posso declarar os eletrônicos que já tenho antes de viajar?

Não pode mais não. Se o fiscal encrencar com alguma coisa, você terá que provar por A mais B que aquilo já era seu.

Free Shops do exterior

Você fica isento apenas do imposto embutido no valor das mercadorias. Só isso. Qualquer compra feita nas lojas Duty Free em aeroportos no exterior vai contar no seu limite de US$ 500 e estará sujeita a impostos alfandegários.

Comprei demais e gastei mais do que US$ 500. O que faço?

É simples. Para todo o valor que exceder a cota será pago um imposto de 50%. Exemplo prático: você comprou um iPod, cartão de memória, um mouse sem fio e um par de patins, gastando 700 dólares. Você vai ter que pagar 100 dólares de imposto, correspondente à 50% do excedente (200 dólares).

Bem, isso funciona se você declarar suas compras à Receita Federal e pró-ativamente pagar o imposto. Se não falar nada e caso um fiscal te pare e você seja pego no raio-X, terá que pagar, além do imposto sobre o excedente, uma multa de 50% pelos valores sonegados. Ou seja, o dobro.

Tax Free: dá para recuperar!

Muitos viajantes ouvem falar por aí da devolução do imposto sobre compras no exterior, difundido na Europa e razoavelmente praticado na Argentina. O problema é que o negócio parece tão confuso e sem informação que a maioria das pessoas nem corre atrás dele.

O tal VAT (Value Added Tax) ou IVA é uma tarifação sobre mercadorias e serviços que pode ser ressarcida pelo turista caso o estabelecimento seja credenciado para isso. Nunca entendi a regra no detalhe, mas o pontapé inicial é procurar lojas participantes do programa – que geralmente estão identificadas com um símbolo na vitrine. Nem toda a compra dá direito ao reembolso, por isso sempre questione sobre o formulário do Tax Free (com apresentação do passaporte). Após a compra, com o documento preenchido e carimbado pela loja, basta apresentá-lo nos guichês de devolução localizados nos aeroportos. Você deve informar os dados do seu cartão de crédito para ter o privilégio de receber de volta até 20% do valor gasto!

Encontrar um posto de atendimento é chato, os horários de funcionamento são restritos e tem que ser muito insistente para completar todo o processo. Quem consegue, garante dinheiro no bolso!

Loja Duty Free de desembarque no Brasil

Sinal verde para os consumistas de plantão! No Free Shop do aeroporto que você desembarcar no Brasil terá direito a mais US$ 500 para gastar, além da cota. As compras são feitas em dólar, mas podem ser pagas em real, com conversão na hora, no cartão de crédito internacional (com IOF de 6,38%) ou em dinheiro vivo (dólar e euro). Os produtos são colocados em sacolas com a marca Duty Free e as notas fiscais grampeadas pelo lado de fora, deixando claro ao fiscal da Receita Federal.

Macete: faça reserva online antecipada dos produtos que vai comprar no Duty Free Brasil. Dá para conseguir descontos especiais, garantir preços e o melhor: furar fila!

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