Preciso abrir um parêntese. Este site foi criado porque eu acredito piamente que é possível organizar viagens memoráveis para qualquer lugar, por conta própria, sem guia, fazendo tudo sozinho e online. Acho que quando você se planeja, você otimiza seu roteiro e foca no que realmente te interessa. A consequência disso são gastos menores do que as pessoas pensam e viagens mais legais. (Releiam: eu disse “gastos menores do que…” e não “poucos gastos”)
Naturalmente, tudo que você encontrar no Vou Sem Guia vai esbarrar neste conceito de independência, porque, afinal, sempre foi a maneira em que eu aprendi e escolhi viajar. E te garanto: nunca usei nenhum truque mirabolante ou alguma técnica oriental do planalto do Tibet. Digamos assim, que para viajar barato, a gente precisa apenas de uma pitada de ‘criatividade’.
Para mim, as dicas mais espertas para economizar numa viagem são:
Atenção! Este miniguia é dedicado a meros mortais. Pessoas que, assim como eu, têm orçamento limitado para viajar – mas fazem de tudo para se divertir. Yeah!
Feira de rua na Quinta Avenida, em Nova York
Reserve tudo pela internet
O primeiro macete de um bom turista é organizar a viagem pela internet e reservar tudo online. Os tempos mudaram e as ferramentas atuais na web oferecem praticamente as mesmas opções que só aquele seu agente de viagem tinha anos atrás.
Com muita pesquisa e criatividade, escolha o(s) seu(s) destino(s), monte o seu roteiro e programe algo que combine com VOCÊ. Cheque o tempo na região e acerte a época da viagem – que é fundamental para garantir boas férias. Reserva de hotéis e aluguel de carros devem ser feitas sempre com antecedência e online. Fique atento às promoções e evite fechar o negócio através agências ou telefone, evitando sobretaxas.
Compre passagens online e abuse de companhias Low-Cost
Passagens aéreas também devem ser adquiridas pela internet e de preferência no site das companhias – que oferecem melhores preços do que os consolidadores ou agências. Promoções podem devem ser acompanhadas pelo blog Melhores Destinos. Lembre-se que é muito arriscado comprar sua passagem por impulso e o negócio só vale ser fechado mesmo quando seu itinerário estiver desenhado.
Para uma viagem barata, é preciso usar (com ciência e moderação) as companhias Low-Costs. Com as contas na ponta do lápis, a economia pode passar dos 50%.
Use suas milhas
Programas de milhagens são uma excelente cartada para baratear custos com viagens. É preciso pesquisa (e muita paciência!) para encontrar alguma pechincha em trechos internacionais. Por isso, emita suas passagens com milhas em trechos no Brasil e América do Sul. Aproveitando as promoções, não é difícil achar voos a 10 mil pontos ou menos.
Albergue, Hotel, Pousada ou Aluguel?
Quem só gosta de hotel pode se surpreender com o conforto e as comodidades dos albergues. Quem é alberguista de carteirinha não tem ideia de que é possível encontrar hotéis com preços melhores. Para as férias de longa temporada, vale a pena uma varredura em busca de apartamentos para alugar. Pousadas são sempre uma ótima alternativa no Brasil.
Utilizando os sites de reservas, você pinta uma visão geral dos preços e promoções de cada opção na época em que você quer ir. Calibre suas expectativas com as opiniões de outros viajantes, navegando nas páginas de resenhas.
Trem, Carro, Ônibus ou Avião?
Trem (na Europa) é mais caro do que você imagina. Bons preços só serão encontrados com bastante antecedência nos sites de cada empresa ferroviária. Entretanto, diferente do aluguel de carro, que deve ser feito sempre online para garantia de melhores tarifas, é viável vasculhar passagens de trem com desconto direto na ferroviária.
Analise a melhor alternativa entre o trecho da cidade A para a B (trem, carro, ônibus ou avião) considerando o tempo de duração da viagem, os perrengues com horário e deslocamento e os gastos com gasolina. Não deixe o barato sair caro.
Viaje na entressafra
Viagem barata não combina com alta temporada – quando o preço de tudo está superfaturado. Acertando a estação, sua viagem vai ficar muito mais barata (e porquê não mais proveitosa) se você encarar o contrafluxo. Um mês antes/depois dos picos de férias, o clima já/ainda está bom e dá para descolar ótimas ofertas.
Aproveite atividades gratuitas
A entrada do incrível MoMA, em Nova York, custa 25 doletas. Eu não paguei nada, aproveitando o programa de admissão gratuita as Sextas-feiras. Também já fiz tours de grátis – com guias divertidíssimos e especializados – em bem mais de uma meia dúzia de cidades estrangeiras. Tem muito programa de graça que vale a pena investir seu tempo. Jogue no Google o nome da cidade + “for free” e divirta-se com a riqueza da pesquisa.
Passes Turísticos ou de Museu, aqueles que te dão acesso a vários programas da cidade num determinado período, também garantem bons descontos e furadas de fila na entrada de cada lugar.
O melhor não está nos cartões-postais. Está nas ruas!
Quer saber, na boa? A melhor atração de qualquer cidade está nas ruas, com tempo livre, batendo perna por aí… sem pagar nada por isso. Esteja exposto ao imprevisto da vida cotidiana e aproveite!
Restaurante local em Istambul
Restaurante bom é onde comem os locais
Você não tá querendo comer um crepe bom e barato naquele café plastificado para turistas no pé da Torre Eiffel, né? Ou você acha que algum italiano faz sua refeição no centro histórico de Roma? Fuja da região turística (!) e descubra os restaurantes na França para franceses e na Itália para italianos.
Melhor do que o preço, te garanto que o ambiente ‘original’ vai te proporcionar uma experiência muito mais bacana: divirta-se com os cardápios na língua local, experimente os pratos típicos da região e pague menos por isso.
Transporte público, seu melhor parceiro
Esqueça a dor de cabeça do trânsito e estacionamento. Não seja dependente dos elevados preços dos táxis. Ao viajar, use e abuse dos metrôs, ônibus e Trams das grandes cidades. Nos países de primeiro mundo, ninguém viaja feito sardinha e tudo costuma ser muito novo, pontual e limpo. Compre um bilhete-passe para os dias da sua estada. Alugue uma bicicleta e veja a cidade com outros olhos!
Lavou, tá novo
Pegue leve na hora de arrumar sua mala. Ao viajar com uma bagagem menor, a gente não corre risco de pagar excesso nem em companhias Low-Cost, sobra espaço para qualquer compra extra e ganha agilidade na hora de se deslocar – com transporte público – de um lugar para outro.
Lavanderias de rua automáticas na Europa e EUA cobram menos do que você imagina. Na Ásia, você não vai gastar quase nada para ter roupas limpas mesmo usando o serviço do hotel.
Desligue o celular – ou use com parcimônia
É preciso muito controle ao usar seu telefone celular no exterior. O truque de quem viaja barato é desligar o roaming internacional e utilizar apenas pontos gratuitos de internet wi-fi – momento ideal para se comunicar com família e amigos, atualizar as redes sociais e fazer ligações usando o Skype. Adquirir um chip internacional também é uma boa estratégia.
Compre moeda estrangeira em parcelas
Ainda que seja a maneira mais insegura de transportar dinheiro, recomendo que você tenha aproximadamente 30% do seu planejamento de gastos em papel-moeda. Tirando proveito do menor percentual de IOF do mercado, de 0,38% aplicado no valor de venda, compre moeda estrangeira aos poucos para garantir uma boa cotação. Uma vez com a data da viagem confirmada, inicie a compra do dinheiro em parcelas semanais até as vésperas do embarque. Desta forma, você garante o melhor preço médio e evita dores de cabeça com altas inesperadas.
Combine cartões de crédito, saques no débito e pré-pago
Assim como ocorre nos investimentos, o melhor é diversificar. Não há uma maneira ideal de levar sua grana e saber jogar com as opções é o que vai te proporcionar melhores tarifas, mais conforto e segurança. Um combinadão com tudo que o mercado oferece é a prevenção melhor que qualquer remédio. Entenda os detalhes de cada alternativa lendo aqui.
Não tente dominar o mundo! Menos é sempre mais
Minha pressa em conhecer vários países passou. Descobri que só consigo colocar em prática todos os truques de uma viagem mais em conta – estes aí de cima – se eu abdicar dessa ânsia em visitar todos os lugares que quero no mesmo giro. Com tempo, vi que quando eu quicava de cidade em cidade, passeando por aí, gastava mais dinheiro com passagem e muito (do meu valioso) tempo esperando o próximo voo, ônibus ou trem. Pior: fazia aquele tour bem superficial, tirando fotos nos principais pontos turísticos, sem nem me dar conta da cidade que tinha ao meu redor.
Parece ridículo falar isso, mas viajar melhor e gastando menos tem tudo a ver com conhecer melhor e aproveitar mais. Vai por mim e esqueça seu plano mirabolante de dominação mundial. É sério. Não quero bancar o turrão e lançar aqui um monte de antipáticas restrições ao seu roteiro, mas é assim que EU acho que funciona.
Dicas? Pelo menos 4 a 6 dias inteiros em cidades grandes (Nova York, Barcelona, Londres, Bangkok). 3 dias para cidades nem tão grandes assim (Montevidéu, Quebec, Dublin, Hong Kong). A arte dos passeios bate-volta precisam constar nos seus planos. E o mais importante: siga a sua própria intuição.